Saturday, June 30, 2007

Teremos caldo verde hoje. Talvez vire até uma festa. Gosto de festa, mas não sei me comportar. Não sei o que dizer, como agir. Fico deslocada embora não pareça. Equanto isso ouço músicas tristes. Tenho estado muito só. Tenho medo de me acostumar. Estive sempre muito só. Queria ter sido outra pessoa. Queria voar, ter um bando. Queria não ter essa dor no peito. Já devia ter feito amizade com a dor. Ela está sempre aqui. Há agora a possibilidade de ser um problema, prolaxo da válvula mitral pra ser mais exata, o que li é que esse desvio causa dor "existencial" em quem a carrega. Tomara que seja isso mesmo. Assim, culpo o corpo e não o espírito. Assim, qdo me libertar, deixarei a dor para trás. Já tive a ilusão de ser a progesterona. Ela aumena mesmo a dor, mas não é só ela...

Tenho estado muito só. Meu casamento é muito frio e acabei ficado fria tbém. Não sinto mais falta. Não quero mais cultivá-lo. O jardim está morrendo e eu estou de braços cruzados. Não sei mais qual técnica utilizar para reavivar as flores. Sempre tiveram espinhos, é verdade, mas tinham flores tbém e agora secaram todas...

Preciso "ir ao caldo". Minha filha faz questão. Ela tbém tem tendênica à tristeza e a mesma mania de solidão que eu. Tvez seja eu plantando as flores erradas, talvez seja dela mesma, ainda não sei. Não gosto de ver refletida nela os meus defeitos, meus medos, minhas derrotas. Espero de coração, ainda que com prolaxo, que ela consiga se libertar. Eu acabei herdando essa dor da minha mãe... Vou "ao caldo", não tem jeito, hoje, não conseguirei chorar....
Antes de iniciar um novo texto quero dizer que a outra noite terminou bem. Acabei indo ao show e só não foi melhor pq meu marido e minha filha vieram antes de eu chegar. Ainda sim foi bom ver aquelas casinhas, a lua, o som....

Saturday, June 02, 2007

Ainda sobre a dor, que não passa. Lá fora tem um lua triste, mas linda. É pra me fazer sofrer. Essa mesma lua está agora iluminando as casinhas que queria ver e não fui, fazendo a possibilidade da noite ser ainda mais linda, e eu fiquei. fiquei só, neste quarto com essa máquina que tem sido a minha única companheira. aprendi a me abrir com ela de uma forma que nunca pensei ser capaz. Ela acaba acolhendo minhas lágrimas sem me interromper. Meu caminho é fito de pessoas que não me ouvem. Sempre foi assim. Sou ótima ouvinte e gosto de ouvir as pessoas mas isso acabou criando um hábito ou uma tendência a só atrair pessoas incapazes de me ouvir. Preciso tbém dizer algo, preciso tbém crescer embora hoje eu ache que não posso mais, mas sei que amanhã terei que recomeçar com o aprendizado, as técnicas de elaxamento, o remédio, a fé. Não poderei parar embora eu saiba que amanhã será especialmente difícil, pois estarei cheia de
Perdi o texto que fiz. Um texto sofrido, doído. Parece que até o meio virtual tá querendo me boicotar, acho que ou é pra me sentir realmente a mais coitadinha de todas ou então é pra eu gargalhar, sacudir a poeira que joguei sobre mim, e começar de novo...

Vou tentar relembrar a dor:
O céu estava lindo, da cor que eu gosto. E eu? Eu não fui ao show, não fui ver as casinhas antigas que tanta queria e quero ver. É sábado, fim de uma tarde fria e o céu esteve realmente lindo, parecendo fotografia antiga. O que me fez pensar que estou envelhecendo. Ficar velho. Ficar sempre. Ficar só. Nunca mais terei essa tarde, esse céu da cor que gosto, as fotografias da primeira visita à cidade que estou esperando a meses. Nunca mais irei lá sem a lembrança dessa tarde de rompimentos que provoquei, nem mesmo as lágrimas lavarão a lembrança do passeio que não fiz. Como eu queria estar lá! Como eu queria ter sido diferente. Queria a morte, mas não posso. Uma das poucas certezas que me restam é de que não acaba aqui. Pode ser certeza cultivada, mas ainda assim é uma certeza. Não, queria deixar de existir completamente, sumir da minha lembrança qualquer resquício do que não fui. Queria a Morte. Verdadeira. Deixar de ser. Não quero mais viver. Não gosto da pessoa que inventei e não sei como apagá-la. Não quero mais ser só. Acusaram-me de madrasta, e talvez eu seja mesmo. Madrasta ausente. Não sei ser mãe, não sei ser esposa, não sei ser filha, não sei ser nada. Apenas fico. A dor voltou ao peito. Não adianta religião, técnicas orientais, Prozac... Não adianta nem mesmo a manipulação do meu prazer. Nada... sou triste e é só o que sei ser. Ainda que as outras pessoas não me vejam assim, sou sempre triste e velha e só. Fui uma criança velha, uma adolescente velha, uma jovem velha e agora uma mulher velha. Meu espírito tem centenas de anos pesando nas costas. Custa-me arrastar o corpo, doem os músculos envelhecidos pela mente. Os olhos já não vêem, ou ouvidos estão comprometidos pelos anos e a mente, a mente está muito cansada de não ter sido nada. Quero morrer, meu Deus, como quero morrer e não posso. Não por ter compromissos inadiáveis ou por ter pessoas a quem amar, não posso por culpas, por covardia e especialmente por medo. Medo de não sair totalmente daqui. Queria gritar, tirar do peito essa dor da solidão...

Engraçado que sempre fui só. Qdo criança vivia sozinha vendo TV e como não dava trabalho pra ninguém me deixaram por ali e fui ficando. Meu mundo foi criado pelo que vi na tv, tanto que nem sei se sou ou estou representando, nem sei se sofro ou é mentira. Só sei que me deixaram só e eu gostei, e fiquei...