Saturday, July 05, 2014

Escrito, por mim, em 24/04/14, uma quinta feira. Texto sem conclusão, fui interrompida no processo e não retornei a emoção. Agora não a encontrei mais. Trata-se de uma tentativa de elaborar o novo sofrimento.

"Em busca de uma linearidade. De uma linha que me conduza a um caminho sem DOR. O corpo não tem suportado, e chora. Não é a alma que tem chorado, é o corpo, por não poder conter a DOR. A ALMA se ausentou. Fugiu. Não quis ficar e ver o espetáculo circense em que dançam palhaços e bailarinas. E dançam para o corpo ver. É dança pública. De rua. Lugar do liberto. A alma não ficou para ver o espetáculo. Não ficou. Deixou em seu lugar um amontoado de pedras. Jogar pedras nesse espetáculo? Talvez. Talvez as pedras caiam em mim novamente. Corpo.
Em busca de uma linha. Sou bordadeira, sei bordar. Não danço, mas bordo. Por isso a necessidade da linha para concluir o bordado. Bordados precisam de conclusão. Não podem ficar incompletos, desalinhados, sem nó. Bordados se desmancham sozinhos com o passar do tempo se não são cuidadosamente concluídos com a linha necessária para o desenho. Há uma linha específica para cada ponto que se quer bordar. Pode-se usar outras, às vezes até com uma conclusão bem feita. Mas há uma linha para cada bordado, para cada tecido, para cada trama. A finalização de um bordado é necessária. Sou bordadeira, um pouco tecelã. Não sei dançar. Nunca soube... Mas tu também não sabes. És um simples admirador de danças e bordados. Admiras bordado, pois não?
Em busca de uma linha. Linha do horizonte. Linha de navegação. Linha de base. Linha de passe. Linha final. Final. Pedra?
A linha que norteará minha decisão. Que nunca será a de ficar longe. Tenho medo de ir embora. Sei que irei, mas tenho medo. Sei que ficarei longe, mas tenho medo. Sei que me afastarei, mas tenho medo. Acho que terei de levar o medo. No emaranhando de linhas?...

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